Em cada etapa da evolução do ser humano o amor vivencia
revelações relacionadas ao próprio processo evolutivo.
É muito comum depararmos com o amor possessivo, o “meu” namorado, a “minha” esposa, que, nada mais é do que uma herança do pretérito que
pode passear pelos dissabores das enfermidades emocionais, muito comuns nos
dias atuais, levando ao crime, em razão do ciúme, da insegurança, da ausência
da autoestima e do desconforto moral, que converge ao ser imaturo, mergulhado
na infância emocional, que anseia receber sem dar, ou quando dá espera a
retribuição imediata e compensadora, ao mesmo tempo em que, os processos
educativos castradores, sob forma de punição e recompensa, métodos coercitivos
de orientação emocional entorpecidos em preconceitos e em regras rígidas
desenvolvem no adolescente e se aprofundam mais tarde, na fase adulta,
conflitos que não existiam na infância e que geram medo, ansiedade, fingimento
e desconfiança em relação às demais criaturas e à sociedade como um todo.
Assim ocorrendo, o
que resta é o fascínio exercido pela função da libido que leva à necessidade da
conquista do par, daquele que desperta o desejo, a qualquer preço, dando lugar
a sentimentos que não correspondem à realidade. Logo, então, passado o período
da novidade sexual, as máscaras afixadas e projetadas na face daquele que se
desejou conquistar, caem, dando lugar à decepção, ao desencanto, e o suposto
amor transforma-se em frustração, agressividade e ódio.
Somente ama aquele que é feliz interiormente, o “eu” feliz,
desprovido de conflitos, isento de preconceitos, seguro de si e identificado
com a vida, rumo à individuação.
Fernando André Costa
Psicoterapeuta